por homens melhores

MAIORIA DOS BRASILEIROS APOIA PROIBIÇÃO DE SABORES EM CIGARRO

02-11-2012 14:06

 

 

Maioria dos brasileiros apoia proibição de sabores em cigarro

Pesquisa Datafolha feita para a Aliança de Controle do Tabagismo mostra que 75% dos brasileiros aprovam a proibição de aditivos como menta e chocolate em cigarros.

A pesquisa foi feita para aferir quais são as melhores medidas para reduzir o consumo de cigarro entre jovens e adolescentes. O aumento de imposto para cigarros teve apoio de 76% dos entrevistados, e o fim da publicidade em bares e outros pontos de venda, de 78%.

Os aromas de menta, chocolate e morango são adicionados ao cigarro com um único objetivo, segundo Agenor Álvares, diretor da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária): "Como o tabaco tem um gosto ruim, esses aromas facilitam a iniciação ao cigarro. O aditivo é um truque sujo para conquistar os jovens." 

A Souza Cruz nega que o alvo sejam os jovens.

A Anvisa faz uma consulta pública sobre o tema, com vistas a proibir os aditivos. O mentol, o mais comum deles, diminui o desconforto da nicotina ao reduzir a irritação na garganta, por conta de seu efeito anestésico. Nos cigarros com teores mais baixos, ele tem uma função adicional: aumenta a potência da nicotina, segundo pesquisas da FDA, agência do governo do EUA que cuida de drogas e tabaco.

Jovens

Estatísticas no Brasil e nos EUA comprovam que os jovens são os maiores consumidores desse tipo de fumo. 

Entre 2002 e 2005, o Inca (Instituto Nacional de Câncer) e pesquisadores da Universidade John Hopkins ouviram 13 mil estudantes em dez capitais brasileiras e descobriram que 44% deles usam cigarros com aroma. O índice é o dobro dos fumantes na população em geral (22%), segundo a pesquisa. 

Nos EUA, os levantamentos mostram que, enquanto o percentual de fumantes está em queda, o índice dos que consomem cigarros mentolados só cresce. Entre os jovens de 18 a 24 anos, os fumantes de cigarro mentolado representam 40%. Na população acima de 26 anos, esse índice cai para 32%, segundo a FDA. O órgão recomendou a proibição do mentol em fevereiro, mas o Congresso não aprovou a sugestão. 

A facilidade na iniciação não é o único problema com os aromatizantes, de acordo com a FDA. É mais difícil largar um cigarro com menta ou tuti-frutti do que um sem.

No Brasil, não há pesquisas sobre a dificuldade de abandonar os mentolados ou congêneres, mas a médica Stella Martins, diretora do Programa de Atenção ao Tabagista do Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas), órgão do governo paulista, diz que a percepção do usuário desse tipo de fumo é diferente. "O problema dos que fumam cigarro com sabor é que eles acham que esse tipo de cigarro não é um problema".

Um levantamento feito pela entidade sobre o uso de derivados do tabaco nos cinco primeiros meses deste ano mostra que o cigarro com sabores ocupa a segunda posição na preferência. Segundo a consulta, 22% dizem ter fumado cigarro com sabor nos últimos 12 meses. O uso de narguilé foi relatado por 28%.

Fabricante de mentolado nega ter estratégia para viciar jovens 

A Souza Cruz nega que o uso de sabores seja uma estratégia para iniciar os mais jovens no cigarro. Segundo nota da empresa, não há evidências de que o uso de sabores leve os mais jovens a fumar: "Não há estudos conclusivos que atestem qualquer relação entre o uso de ingredientes na fabricação dos cigarros e a iniciação, cessação ou riscos à saúde associados ao seu consumo". 

A iniciação, segundo a empresa, tem relação com fatores como a influência da família ou de amigos.

O fabricante diz também que seus cigarros têm gosto de tabaco, não de menta. 

Ainda de acordo com a empresa, nenhum país proibiu a adição de mentol em cigarros: "Os estudos científicos existentes não possuem uma posição clara com relação ao benefício da medida". 

Fonte: Folha de São Paulo – por Mário César Carvalho – 30/05/2011  Fonte https://portal.saude.gov.br

 

Procurar no site