por homens melhores

Drogas e AIDS em trágicos caminhos

21-03-2011 13:57

 Drogas e AIDS em trágicos caminhos

(*Archimedes Marques)

É desejo de todo o ser humano viver intensamente por muito tempo, aproveitar os prazeres da vida com alegria  e disposição, conviver amistosamente com seus familiares e amigos, ir para onde bem quiser com liberdade e autonomia, e, acima de tudo, ser saudável física e mentalmente, entretanto, nos caminhos da vida muitos descambam para a marginalidade das leis vigentes e para o submundo horripilante das drogas, consciente ou inconscientemente.

Está dentre os malefícios criados do homem para o homem, as drogas ilícitas ou mesmo lícitas, tais como: skunk, maconha, haxixe, ecstasy, morfina, heroína, ópio, LSD, anfetamina, cocaína, merla, crack, oxi, cristal, paco, codeína, rebite, lança-perfume, clorofórmio, peiote, mescalina, psilocibina, demais drogas psicoativas, além do álcool e do tabaco que são as mais comuns. 

Tais drogas fazem as suas partes ilusórias de supostas melhoras psicológicas na mente humana em busca de um reino fantástico através de uma imaginação distorcida, com breves momentos estimulantes, entorpecentes e alucinógenos, quando na verdade leva o individuo para uma morte precoce e sofrida com a devastação e doença de vários dos seus órgãos, além de arrastar junto em grande sofrimento e dor os seus entes queridos.

Os efeitos das drogas são avassaladores e devastadores no organismo do ser humano, embora inicialmente possam dar uma sensação de bem-estar ao usuário. Os efeitos nefastos decorrem inicialmente da dependência física e psíquica que elas provocam. A dependência física altera a química do organismo, tornando-se indispensável ao indivíduo e a psíquica, quando o dependente não usa a droga, deixa-o em lastimável estado de depressão, abatimento e desânimo, perdendo o interesse pelo trabalho, pelo estudo e pela vida, passando o mesmo, a partir de certo estágio a não mais considerar os seus entes queridos ou quaisquer pessoas possíveis. O viciado ou dependente químico passa a viver noutro mundo, um mundo só dele, um mundo imaginário e inexistente.

Com a necessidade premente que o dependente da droga sente, possibilita um comércio rendoso, proibido e clandestino para os insanos traficantes, que se impõe à força, de forma abusiva e prepotente. Quadrilhas organizadas e armadas, sem qualquer escrúpulo e sem o menor respeito à vida, aos poderes constituídos, às leis vigentes, cultivam plantas entorpecentes, preparam, fabricam e refinam as drogas ilícitas e distribuem para os demais comparsas traficantes e estes repassam a altos custos para os tristes consumidores.

Irmanadas maleficamente com as drogas também estão as doenças sexualmente transmissíveis. As DST, como o próprio nome diz, são doenças transmitidas por meio das relações sexuais, assim como também acontece com vírus da AIDS, o HIV, especialmente por intermédio do sangue que pode ocorrer quando agulhas e seringas são compartilhadas para o uso de drogas injetáveis.

Mesmo com o advento do crack que vicia ao primeiro experimento, destrói e atinge principalmente a classe mais pobre, em sofrimento, degradação e morte, o uso de drogas injetáveis continua em ascensão no nosso país, em especial na classe média e alta. Com isso o número de pessoas contaminadas pelo vírus da AIDS devido ao uso em comum de agulhas e seringas, também cresce em altas proporções.

As drogas, assim como o sexo, encontram-se profundamente ancoradas na visão como fontes de satisfação, de sensação agradável, de dimensão de prazer, sem as quais seria inexplicável a atração por elas exercida, contudo, das duas opções, somente o sexo é realmente saudável, contanto que seja sexo seguro, ou seja, sexo praticado com preservativo.

Mas, o que geralmente acontece é que na vigência dos efeitos eufóricos das drogas a capacidade de negociar o uso de preservativo pode ficar prejudicada, pois a alerta de usar camisinha parece ser apenas um detalhe insignificante, com isso, a relação sexual acaba acontecendo sem proteção aumentando então o risco de disseminação e contaminação da AIDS tanto para o ativo quanto ao passivo do ato.

Assim, drogas e AIDS passeiam de mãos dadas pelos trágicos caminhos da vida arrastando os menos avisados para suas armadilhas, tal qual a aranha faz na sua invisível teia a caçar a sua indefesa presa.

Autor: Archimedes Marques (Delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela UFS) " archimedesmarques@infonet.com.br - archimedes-marques@bol.com.br 
 
  Autor: Archimedes Marques

 


Drogas,Aids e Dst

     
     As DST, como o próprio nome diz, são doenças transmitidas por meio das relações sexuais, assim como também acontece com vírus da Aids, o HIV. Mas há outras formas de transmissão e uma delas é por intermédio do sangue que pode ocorrer quando agulhas e seringas são compartilhadas para o uso de drogas injetáveis.

     A única forma de prevenir a transmissão sexual do HIV e de outras DST é usando a camisinha. Elas são muitas: sífilis, gonorréia, cancros etc. Mas o mais importante é ficar atento para os sinais e sintomas das DST. Preste atenção em irritações, ferimentos, verrugas ou corrimento. Quando não tratadas ou quando tratadas de forma inadequada, as DST podem causar prejuízos à saúde das pessoas e são consideradas como portas de entrada para o vírus da Aids.

     Apesar da maioria das pessoas saberem da importância da camisinha, nem sempre ela é utilizada na hora da transa. Por que será que isso acontece?

     Há muitas razões, mas vamos aqui dar destaque para o universo de uso de álcool e outras drogas. É bom que todos nós saibamos que quando bebemos ou usamos outras drogas nossa capacidade de negociar o uso de preservativo pode ficar prejudicada.

     No “barato” das drogas ou no “embalo” do álcool pode ser que usar camisinha pareça ser apenas um detalhe, ou uma  coisa “careta”. E, pode ser que a transa acabe acontecendo sem proteção.

     Para isso, nossa dica é: Atitude! Se não conseguiu evitar o uso de álcool e de outras drogas, você deve usar camisinha SEMPRE.

     A camisinha pode ser um convite ao prazer e, quando usada corretamente, protege contra infecções transmitidas sexualmente. Utilizando a camisinha também podemos evitar a gravidez. Outra dica importante é o uso de lubrificantes à base de água nas relações sexuais.

     Também é muito importante procurar um serviço de saúde se notar algum sintoma na região genital ou quando passar por uma experiência de sexo desprotegido. Para o tratamento da Aids, o diagnóstico precoce é fundamental. Há muitos serviços – Centro de Aconselhamento e Testagem – que são especializados em fazer o teste para o HIV e para outras DST. Mas você pode ir a qualquer posto de saúde, caso seja mais fácil.

     Para evitar DST e Aids, lembre- se: informação e atitude!

     Por isso, lembramos que a Aids é transmitida por:

     ♦ Sangue contaminado (transfusão e compartilhamento de agulhas e seringas);
     ♦ Relações sexuais desprotegidas;
     ♦ Na gestação, no parto ou na amamentação (da mãe para o filho).

     Assim, se precisar receber sangue, certifique-se que ele foi testado. Se faz uso de drogas injetáveis,não compartilhe agulhas e seringas e procure identificar se na sua cidade existe algum Projeto ou Programa de Redução de Danos (que objetiva reduzir os danos relacionados ao uso de drogas) para poder ter acesso a equipamentos, preservativos e material educativo. Se for transar, use sempre camisinha, não importa com quem, não importa o tipo de transa e não importa a situação. Se estiver grávida, procure assistência pré-natal e solicite os exames ao médico.

     Caso queira mais informações para compartilhar e discutir com os amigos de escola, você pode conversar com seus professores e/ou orientadora educacional para que sua escola comece um trabalho com os alunos ou entre no Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas, voltado para orientação no campo da saúde reprodutiva e sexual e para prevenção das DST/HIV/Aids. Tal projeto é preconizado pelo Ministério da Saúde e Ministério da Educação.

     Outras dicas para se informar mais:

     ♦ Pelo telefone Disque Saúde: 0800 61 1997
     ♦ Pela internet: www.aids.gov.br
     ♦ Cristiane Gonçalves – cristiane.goncalves@aids.gov.br
     ♦ Kiki Alvim – kiki@aids.gov.br
     ♦ Programa Nacional de DST/Aids
     ♦ Secretaria de Vigilância em Saúde
     ♦ Ministério da Saúde


 

Pesquisa liga crack a 72,5% dos moradores de rua de Porto Alegre

Estudo mostra que 39% dos jovens e adolescentes em situação de risco na Capital usam a droga por 20 ou mais dias ao mês

 
Humberto Trezzi  |  humberto.trezzi@zerohora.com

 

Drogas pesadas, sexo sem camisinha e assaltos estão incorporados ao dia a dia dos jovens e adolescentes que perambulam pelas ruas das grandes cidades gaúchas. Muito mais até do que se supõe no pior pesadelo. 

Pesquisa realizada ao longo de dois anos com 204 jovens que passam a maior parte do tempo nas avenidas de Porto Alegre e 103 nas de Rio Grande mostra que praticamente todos já consumiram bebida alcoólica. Na Capital, 72% provaram crack e 39% fazem uso diário ou quase diário (mais de 20 dias) da droga. 

A pesquisa foi coordenada pelo doutor em psicologia Lucas Neiva-Silva, com participação da ONG Centro de Estudos de DST-Aids do Rio Grande do Sul e do Centro de Estudos Psicológicos de Meninos e Meninas em Situação de Rua vinculados à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e à Universidade Federal do Rio Grande (Furg). O estudo tem apoio do Ministério da Saúde. 

Os dados foram revelados ontem, em palestra de Neiva-Silva em seminário do Fórum Metropolitano de Situação de Rua, integrado por representantes de prefeituras da Grande Porto Alegre. A pesquisa foi baseada em entrevistas feitas com adolescentes de rua entre 20 de dezembro de 2007 e 31 de dezembro de 2009. A média dos entrevistados é de 17 anos em Porto Alegre e 14 anos em Rio Grande. Mais de 80% dos pesquisados são do sexo masculino. 

Com drogas, mais assaltos e promiscuidade nas relações 

As revelações que surgem do questionário são mais alarmantes que o esperado, admite o coordenador da pesquisa. As piores estão relacionadas ao crack. Dos porto-alegrenses entrevistados e que usaram crack, 58,8% se tornaram usuários diários. Só 29,8% conseguiram interromper o hábito, mesmo que temporariamente. 

O uso de drogas agravou a situação de adolescentes que já costumam estar em risco. Dos porto-alegrenses entrevistados, 43,6% admitiram ter assaltado após consumir drogas E 39% tiveram relação sexual sem camisinha. Ainda em Porto Alegre, 27% fizeram sexo por dinheiro – e, desses, 89,1% usaram crack. 

Família faz a diferença 

Além do crack, há problemas relacionados a outras drogas. Dos moradores de rua entrevistados, admitiram ter experimentado maconha 80,9% dos que circulam por Porto Alegre e 37,9% dos que vivem em Rio Grande. O consumo diário de cigarros foi admitido por 70,6% dos porto-alegrenses. Entre os riograndinos, 94,2% disseram ter consumido álcool. 

Chama a atenção que problemas relacionados à droga ou ao descuido nos atos sexuais são muito maiores nos adolescentes pesquisados na Capital do que nos de Rio Grande. Em Porto Alegre, apenas 27,1% moram com a família – embora passem o dia nas ruas – 97,1% dos entrevistados em Rio Grande. 

– Convívio com a família faz a diferença. Para melhor – diz Neiva-Silva, coordenador da pesquisa.

"Não dê esmolas, dê camisinhas"

Tapar o olho não adianta, apontam os envolvidos no estudo sobre meninos e meninas em situação de rua. Pregações moralistas, apenas, também não. Então é necessário distribuir preservativos para os adolescentes em risco, já que relações sexuais eles têm igual. 

“E, de preferência, com pouca burocracia”, sustenta o estudo. É comum os adolescentes relatarem que não buscam preservativos em centros de saúde porque têm de preencher formulários – grande parte não sabe escrever adequadamente – ou apresentar documentos (que muitos simplesmente não têm). Com relação à população, é sugerida uma campanha com o slogan “Não dê esmola, dê camisinha!”

 

Fonte: www.zerohora.clicrbs.com.br

 

 

 

 

 

 

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