por homens melhores

ALIMENTAÇÃO NA GRAVIDEZ

 

 

Alimentação na Gestação

jun 23, 2011

Durante a gestação, a mulher passa por alterações fisiológicas e metabólicas que aumentam a demanda de alguns nutrientes. No Brasil, a assistência pré-natal inclui o acompanhamento de fatores de risco, como ganho de peso gestacional, e fornece informações e orientações nutricionais às mulheres desde a concepção até a amamentação.

O principal papel da Nutrição durante a gestação é adequar a mulher às novas necessidades nutricionais e desmistificar alguns preceitos criados pela crença popular, já que estudos realizados revelam que a prática alimentar das mulheres nesta fase baseia-se em prescrições e proibições. Em alguns casos, o medo de ingerir determinados alimentos leva a mulher a praticar uma dieta monótona e qualitativamente insuficiente para o crescimento do feto.

A preocupação com a alimentação e com a saúde da gestante deve iniciar antes mesmo da própria gestação. Estudos demonstram que mulheres com sobrepeso ou obesidade possuem maior risco de desenvolver diabetes gestacional, hipertensão e de terem bebês com excesso de peso. Alguns estudos sugerem, ainda, que a obesidade pré – gestacional é um fator de risco para morte fetal. Então, a nutrição na gestação tem como ponto de partida a idéia de que o peso pré – gestacional e o controle do ganho de peso durante a gestação são aliados fortíssimos para mulheres que desejam ter uma gravidez tranqüila uma recuperação mais rápida e sadia.

Genericamente falando, não podemos dizer que exista um intervalo específico que delimite o ganho de peso sadio para este período. É preciso avaliar cada caso, mas geralmente considera-se que mulheres com PPG (peso pré gestacional) adequado podem ter um ganho de peso ponderal entre 9 e 13kg; para PPG baixo, deve-se considerar os quilos que faltam para atingir o seu peso adequado mais o valor acima citado; e para PPG alto, deve-se avaliar o caso particularmente, considerando demais fatores (como presença de morbidez, histórico familiar, semanas de gestação). Fazendo a conta:

 

Sendo assim, concluímos que cerca de 7,5kg deste aumento de peso é reflexo direto da gravidez e o restante corresponde ao acúmulo normal de gorduras e líquidos da gestante.

No primeiro trimestre da gestação (período da formação do bebê e onde a atividade de divisão celular é muito intensa) o estado nutricional da mãe antes da concepção tem um papel muito importante, visto que neste período o feto iniciará sua alimentação, então as reservas energéticas, de vitaminas e de minerais são as principais fontes de alimentação. É neste período, também, que a mulher sofre as maiores manifestações de enjôos e vômitos, podendo levá-las a algumas privações alimentares que não acarretam prejuízos para o feto. Reduções de peso de até 3kg são totalmente aceitáveis nesta fase.

O ganho de peso saudável tem tudo a ver com a disciplina da mãe quanto a sua alimentação. Frases clichês muito usadas como “preciso me alimentar por dois” e desejos incontroláveis que se não forem satisfeitos causarão danos ao bebê, são conceitos ultrapassados e que não podem interferir na conduta materna.

Quanto às calorias/dia, alguns pequenos ajustes são necessários, exceto no primeiro trimestre, onde a quantidade de calorias permanece a mesma. A partir do segundo trimestre até o final da gestação deve-se aumentar 300 calorias por dia, ou seja, se antes da gravidez a mulher ingeria 1800 kcal/dia, ela continuará ingerindo esta quantidade até o segundo trimestre, no qual a recomendação passará a ser de 2100 kcal /dia.

Vejamos a seguir separadamente os nutrientes mais solicitados durante a gestação:

Gestantes adolescentes devem ingerir cerca de 1300mg/dia de cálcio, contra 1000mg/dia para gestantes adultas. Estas quantidades são facilmente atingidas com a ingestão de 3 copos de leite, 2 fatias de queijo e 1 copo de iogurte por dia.

Além disso tudo, é necessário fazer uma distribuição das refeições, a fim de que não ocorra um desequilíbrio metabólico na mãe. Algumas considerações importantes:

- Continue realizando de 5 a 6 refeições/dia;

- No café da manhã e lanches, alimente-se de fontes energéticas como pão integral, granola ou aveia. Não se esqueça das fontes protéicas e de cálcio (leite, queijo, iogurte), das frutas e, se possível, adicione o leite de soja a sua dieta;

- No almoço e jantar, é interessante ingerir uma fonte protéica vegetal (feijão, lentilha, soja ou grão de bico), uma fonte energética (arroz, batata, mandioca, massas em geral), uma fonte protéica animal (carne vermelha, frango, peixe, ovo) e os legumes e verduras crus e cozidos. Não esqueça novamente das frutas;

Acima de tudo, a gravidez deve se tornar um ciclo normal e uma fase natural na vida da mulher. E a alimentação deve fazer parte desta fase como um fator contribuinte para o bem-estar da gestante, pois ela também faz parte do vínculo da mãe com o bebê, já que além de prover os nutrientes essenciais do período, o alimento é também uma forma de demonstrar o carinho e o afeto da mãe. E aí está uma combinação imprescindível para o bebê: alimento e carinho, e os dois podem sim andar juntos.

Espero ter ajudado a enriquecer o tema desta semana. Estou aberta a dúvidas e sugestões.

Um abrCamila GirottoNutricionista – CRN 2: 6525p

 

REFERÊNCIAS:
- VITOLO, MR. Nutrição da Gestação a Adolescência. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Editores, 2003.
- MAHAN, LK. Krause: Alimentos, Nutrição & Dietoterapia. 9ª Edição. São Paulo: Rocca, 1998.

 Fonte:  https://www.ciclovittal.com

 

 

Procurar no site